quarta-feira, 26 de maio de 2010

GRITO DE ALERTA

Sou Seli Nachtigall Maurício, artista plástica, ambientalista, arte-educadora. Estudo seitas, pois sinto que estas estão interferindo por demais na educação integral do indivíduo, com suas deturpadas filosofias.

Este trabalho é dedicado a todos os seres humanos que através dos tempos lutaram impetuosamente pela justiça e dignidade humana. A estes seres que deram seu sangue e pelejaram sem trégua para elevar a verdadeira moral da humanidade. A estes toda a honra e reconhecimento.

Meu especial e eterno agradecimento a esta grande alma, Ofélia B. Cardoso, pelo seu livro “Faça Seu Filho Feliz”.

Tudo começou em 1992 através de uma reportagem na TV que marcou profundamente minha vida a ponto de nunca mais ser a mesma. Cenas terrivelmente tristes e chocantes. Eu vi crianças sendo vítimas de um louco fanático que as conduzia para o reduto da anti-vida, sem a mínima compaixão. E o pior de tudo isso: Em nome de Cristo! Esta seita denominava-se Irmãos da Cruz. Ali as crianças não podiam brincar nem conversar. O banho só podia ser feito com vestes longas, a nudez era pecado. Tudo era proibido. A vida lhes era negada. A tristeza nos olhos das crianças era um grito silencioso de socorro. Eles caminhavam o dia inteiro em procissão. Eram como anjos da morte que vestiam uma longa mortalha em direção ao sacrifício. A súplica dos pequeninos por libertação estava impregnada dentro de mim. Não conseguia mais dormir, pois meu corpo inteiro gemia de dor por aqueles inocentes.

Meu Deus, meu Deus, o que eu poderia fazer? Que atitude tomar? Num mundo pós-moderno a teologia da escravidão em pleno vigor? Penso então em escrever para autoridades pedindo ajuda. Mas como seria isso? Se a liberdade religiosa não permite qualquer intervenção? Estava de mãos atadas e absolutamente SÓ. Foi neste momento que senti todo o tormento que PASTEUR passou para salvar o menino José Meiter que fora mordido por um cão raivoso. O nobre químico enfrentava a crítica de seus inimigos que enciumados com o sucesso de suas pesquisas, o atacavam violentamente, porém sua força foi maior, e, assim ele inaugurou a grande vacina no menino e este se salvou.

Porém eu, mulher e sem doutorado em teologia poderia fazer algo por essas pequenas vítimas de uma doutrina psicopata? Como criar uma vacina para curar este câncer maligno que é a ignorância?

Minha luta começou. Procurei autoridades no assunto e sempre a mesma resposta: “Precisamos respeitar a religião alheia”. A revolta tomou conta de mim. Como assim? Respeitar a ignorância pura? Desprovida completamente de razão? Deixar esta epidemia infectar o mundo sem nada fazer? Comecei a me deprimir, pois a desilusão era diária, sentia-me vivendo numa sociedade de consciências mortas. Como ressuscitá-las? Acomodar-me, jamais. Era preciso argumentar então me lancei numa busca profunda de informações, onde encontrei Erich Fromm com seu livro “Medo à Liberdade”. Ali encontrei muitas respostas para minha alma aflita. Nunca entendi o porquê deste grande psicanalista da sociedade contemporânea ser descartado tão rapidamente, ficar fora de moda?

Então me perguntava: Por que Cristo até hoje não é compreendido em sua totalidade? Por que tantas religiões se Cristo é um só? Dividir o cristianismo é fazer Cristo em pedaços.

Fromm me empurrou a estudar mais. Li o Novo Testamento várias vezes, dezenas de livros sobre a vida de Cristo cujos autores eram de religiões variadas. Fiquei enojada, pois cada qual puxava a brasa para o seu assado, uma disputa ferrenha pela posse do seu Salvador.

Na ânsia de defender minhas idéias me aprofundei nos estudos e pesquisas. Foi quando encontrei em um dos meus antigos recortes de jornal uma reportagem de um crime hediondo de repercussão internacional. Tratava-se do caso “Deusinho” acontecido em 1980, no interior da cidade de Piratini-RS, um brutal assassinato com duas mortes e um sobrevivente que teve um dos braços decepados. Eles foram mortos em nome da pureza divina, pois o pastor havia dito aos fiéis que os remédios aqui da terra eram a “besta do mal”. Deusinho tinha vindo do culto, quando soube que sua mãe e irmãos haviam ingerido alguns analgésicos. O assassino enlouquecido quis tirar o remédio do corpo deles para que ficassem puros.

Toda imprensa falava da insanidade mental de Deusinho, mas e sobre o pastor? Alguém investigou sobre sua pregação? Afinal, foi ele quem causou indiretamente essa tragédia. Os falsos profetas andam por aí fazendo lavagem cerebral a torto e a direito e nenhuma atitude é tomada. Mais que o tal Deusinho, os verdadeiros criminosos são estes que distorcem a inteligência de Cristo tornando-O uma grotesca caricatura minada de preconceitos.

Já estava no meu limite, não agüentava mais, era tudo ou nada. Assim como Pasteur, teria que desenvolver um antídoto para o poderoso veneno que é a ignorância. Tudo indicava para a necessidade da busca de uma educação sadia e voltada para as leis universais da natureza.

Movida por um forte espírito de luta, escrevi o “PROJETO EDUCAÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO”, onde aponto possibilidades de uma educação holística, voltada para o “SER MAIS HUMANO”.

Acreditando na necessidade da educação para a sensibilidade, onde o principal foco é o SER em detrimento do TER. Glorifico o cientista e pacifista Einstein, pois quando ele estava no ápice de seus estudos e esgotado por isso, buscava equilíbrio, sensibilização e harmonia através da música clássica de Mozart, tocada em seu violino.

Este projeto foi elaborado no mesmo ano em que foi criada a “PRAÇA DA PAZ”

Agora, em 2010 estou vivendo o grande ciclo da minha vida. Quero me colocar a inteira disposição das autoridades para ser sabatinada a respeito do fundamentalismo religioso e todas as suas conseqüências.

Creio na Unidade de pensamentos inteligentes para chegar a um denominador comum para assim erradicar esse câncer maligno cujas metástases estão encubadas no inconsciente coletivo pela má interpretação das Sagradas Escrituras. “Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça”.

Telefone para contato: 0xx5332263479

Endereço: Rua Marau, 283 CEP: 96090-400 – Laranjal – Pelotas RS

Pelotas, 23 de maio de 2010


Seli Nachtigall Maurício